terça-feira, 21 de julho de 2009

Dezessete

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Sempre chega um ponto em que nós vamos olhar pra nós mesmos, para os nossos “relacionamentos” (e até mesmo para aqueles sem as aspas), nossa trajetória e, ao invés daquela respiração tranqüila de quem se orgulha do que fez, vem aquele aperto no estômago que quer dizer claramente: “VOCÊ TEM FEITO MERDA!”. Não é uma sensação nada boa e, acredite, se você ainda não passou por isso, calma, não demora e esse mal-estar vem... Digo isso porque nós somos jovens e é a nossa cara fazer besteira. Pra ser sincero, se eu olhar pra trás, analisar cada pedaço do que eu passei separadamente e superficialmente, minha estrada vai ser bem parecida com a de um milhão de adolescentes “drama-queen” que desfilam por aí com um cigarro na mão e aquele ar de ‘sou tão mais cool do que você’. A questão é que eu terminei por não suportar esse tipo de pessoa, e de fato esse é o estilo que eu passei a abominar para mim, e se eu me importasse mais com o que as pessoas pensam faria de tudo para que elas não me colocassem nessa categoria. Pra eu entender o que me aconteceu e achar um sentido nisso eu preciso olhar mais fundo do que apenas quem eram os meus amigos de rolê ou quais as bandas que eu curtia... eu preciso olhar pra dentro e perceber o que mudou em mim através desses anos. Qualquer um dos meus amigos que já me conhecem há algum tempo podem confirmar isso com a maior certeza do mundo – eu mudei. E se a mudança é mesmo necessária, inevitável, não adianta em nada tentar definir se mudei pra melhor ou pra pior, mudei apenas. Mudei minha maneira de pensar – não, DESENVOLVI uma maneira minha de pensar, e disso é que eu não abro mão. Tenho uma bandeira. E eu consigo destacar muito bem o que culminou nesse meu despertar – o contato. Contato com pessoas diferentes, isso abriu minha cabeça e foi o mais essencial que me aconteceu. Quando se abre mão do medo de se deixar aproximar, os resultados a longo prazo são incríveis... porque uma vez o tempo tendo cicatrizado aquilo que ainda estava aberto, fica o aprendizado, e esse é o que torna uma vida interessante. Resta agora é colocar esse aprendizado em prática, e aí mora minha maiooooooor dificuldade. O que eu posso dizer é que isso – tudo – tem bem mais haver comigo do que eu pensava. Na verdade é uma coisa que acontece muito, nós nos subestimamos, procuramos em outras pessoas aquilo que nem nos demos ao trabalho de tentar encontrar em nós mesmos – e isso sim é um absurdo, menosprezar o nosso papel na nossa própria vida... e a nossa busca por sanar nossas vontades em outras pessoas é tão alienada que o ‘estar sozinho’ se torna insuportável. Menosprezamos a meditação, menosprezamos a masturbação (o sexo em seu nível mais íntimo), menosprezamos o sono e focalizamos toda a nossa energia em estarmos lindos e maravilhosos para quando nossa ‘alma-gêmea’ chegar ela, pra variar, resolver ficar por um tempo e nos trazer a paz de espírito que precisamos... só de ler esse último pedaço já dá pra perceber o quão patético isso soa. Meu conselho: essa ‘paz’ é um fenômeno muito mais interno do que externo, acredite.

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